sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

O Berço Elétrico e os Haters


Imagem: Extra.globo

Inicia-se esta crônica com trecho da notícia do jornal Extra[1], relatando fato do dia 03/02/18, a matéria é autoexplicativa: “Um bebê de menos de 1 ano de idade ‘parou’ o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no último domingo, e conquistou as redes sociais após pular seu primeiro carnaval em um berço. A ideia partiu dos pais do menino Pedro, os empresários Júlia Maturana e Diogo Rios, ambos de 34 anos. No primeiro ano de folia do pequeno, os pais inventaram uma maneira de permitir que o filho aproveitasse os blocos sem ficar no colo deles e em total segurança. Inspirados nos trios elétricos da folia, Júlia e Diogo criaram o ‘berço elétrico’.”
Antes de tudo cumpre informar que o aqui redator conhece os pais do bebê, a família e etc. Por isso, atesta-se o fato de que eles são pais presentes, amam incondicionalmente e se importam muito com o filho, tanto que lhe deram totais condições para ele poder estar ali, hidratado, sem estar no sol, longe de tumultos, curtindo com os pais e FELIZ, como dão conta as fotos e os vídeos postados. Quantas notícias há de pais que deixam os filhos em casa trancados ou com terceiros e vão para a balada? Ora, então isso já espanca sem mais delongas qualquer adução que se queira pichar a honra dos pais.
De outro lado, acompanhando as notícias sobre o fato, que gerou acesso de milhões nas redes sociais e vem crescendo exponencialmente, ao lado de milhares de notícias positivas e elogiosas se encontram algumas raras notícias amarguradas. Parece que, as pessoas que assim se posicionam, quando extrapolam o limite do respeito, imagina-se, ou estão protegidas relativamente por perfis falsos, ou desconhecem os direitos alheios de reputação digital ou, ainda, não tem uma noção real de que o mundo digital gera consequências no mundo real!
Tais manifestações abusivas, geralmente são patrocinadas por Haters, conforme explicado no conceito a seguir[2]: “Os haters são internautas que miram um assunto ou uma pessoa específica e começam a atacar no mundo virtual. O ataque de um hater pode vir de várias maneiras, mas geralmente as provocações são feitas por comentários públicos ou mensagens privadas.”
Ora, infelizmente a felicidade alheia incomoda. E a exposição nas redes sociais acaba por se afigurar em um grande para-raios de atração das mais variadas pessoas, com personalidades ímpares, que analisarão a informação das mais diversificadas formas possíveis, especialmente considerando a complexidade humana, com posicionamentos e interpretações muitas das vezes nada edificantes.
Como diria um professor, remetendo-se a Shakespeare, a verdade é como um cristal, dependendo do seu foco de visão ela tem uma interpretação. De igual modo caminhou Einstein em sua inquebrantável e revolucionária teoria da relatividade ao tratar de que a verdade também depende do posicionamento de visão coligado ao espaço e tempo. Já Morin destacou a questão do pensamento complexo, eis que, as situações estão interligadas, onde as ciências foram separadas, mas isso é um ledo engano, pois impede a visão da integralidade das coisas, limitando o conhecimento humano.
Portanto, ainda que se considerem todos os elementos acima postos, nota-se que a intolerância é algo contumaz no nosso tempo. Falta Educação Digital. Escrevem-se coisas que não se falaria frente a frente no mundo real. Valores fundamentais de respeito à dignidade humana em uma sociedade líquida vão se perdendo. E a cidadania e a ética digitais são uma utopia a ser alcançada e perseguida por uma maioria de incautos, já que o nosso excesso de informações geradas pela tecnologia não necessariamente desaguam em conhecimento, em evolução de bem viver da raça humana.
De modo que, em algumas situações, somente com a espada do Direito Digital se reprimirão ou solucionarão situações que são desencadeadas pelos Haters, tais como com a efetivação de denúncia do conteúdo junto à rede social, com medidas judiciais de identificação e exclusão de conteúdo impróprio e até mesmo, com a reparação civil pelo ofensor ou a sua responsabilização na órbita penal. Sendo possível inclusive, como já aconteceu em julgados, que o(a) ofensor(a) peça desculpas publicamente, na sua própria rede social, o que imprime um caráter pedagógico a tal decisão judicial.
Enfim, evoluamos! Com mais momentos felizes como o criado por Diogo e Julia para Pedro e o seu Berço Elétrico. Respeito no mundo digital é bom, todos gostam, apresenta-se como ético e legal!

Adriano Augusto Fidalgo. Advogado. Auditor Jurídico. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade São Francisco. Especialista em Direito Tributário pela Escola Superior de Advocacia da OAB/SP. MBA em Auditoria pela Universidade Nove de Julho. Presidente da Comissão Especial de Direito Digital e Compliance da OAB/Santana. Especialista em Computação Forense pela Universidade Mackenzie. Mestrando em Educação pela Universidade Nove de Julho, na Linha de Pesquisa: Educação, Filosofia e Formação Humana. Membro Efetivo da Comissão Especial de Educação Digital da OAB/SP. Membro Efetivo da Comissão Especial de Direito Digital e Compliance da OAB/SP. Membro das Comissões de Direito do Consumidor, CONSEG e OAB vai à Escola, da Subseção da OAB/Santana. Certificações em Tecnologia da Informação pela ITCERTS, do Canadá, nos cursos de Ethical Hacking Essentials, Information Security Policy Foundation e Infosec Foundation. Certificado pelas Academais do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e World Intelectual Property Organization (WIPO) no Curso Geral de Propriedade Intelectual. Certificações em Fundamentos da Gestão de TI, Ética Empresarial, Processo de Comunicação e Comunicação Institucional, todos pela FGV. Articulista nos Portais TI Especialistas, Direito & TI, Profissionais TI, Yes Marília, Jurisway, Jusnavigandi e Administradores. Palestrante e Pesquisador.


[1] VIANA, Gabriela. Atualizado em: 08/02/18. Vídeo mostra bebê pulando carnaval em 'berço elétrico' em São Paulo e viraliza. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/carnaval/video-mostra-bebe-pulando-carnaval-em-berco-eletrico-em-sao-paulo-viraliza-22380149.html. Acesso em: 09/02/18.

[2] SANTORO, Isabella. Atualizado em: 16/08/14. Haters: saiba tudo sobre os inimigos da internet. Disponível em: https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/haters-saiba-tudo-sobre-os-inimigos-da-internet-16082014. Acesso em: 09/02/18.


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

PALESTRAS NA ÁREA DE DIREITO DIGITAL E EDUCAÇÃO DIGITAL. “VOCÊ ESTÁ GANHANDO DINHEIRO COM ISSO?”



Desde 2015 eu tenho palestrado para crianças, jovens e adultos abordando temas de Direito Digital e Educação Digital, com o fim de transmitir informações para que os indivíduos tomem mais cuidados ligados à Segurança da Informação, aclarando sobre Direito Digital, Educação Digital, especialmente no que se referem aos riscos decorrentes do uso da internet, redes sociais, aplicativos, aparelhos eletrônicos, enfim, a tecnologia do cotidiano de um modo geral.
Já fui a mais de 20 (vinte) escolas, da Prefeitura e do Estado, seja por participar da Comissão da OAB/SANTANA chamada OAB VAI À ESCOLA, além de grupos da OAB Central, como abaixo destacado no meu currículo, seja por conta própria. Além de outras instituições que palestrei, tais como, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Nove de Julho, Faculdade Paulus de Comunicação, Ordem dos Advogados do Brasil (Santana), Fábrica da Cultura (Vila Nova Cachoeirinha), ETEC (Parque da Juventude), Delegacia de Ensino Norte 2, CONSEG – Vila Amália, Ordem dos Advogados do Brasil (Central) e demais instituições.
Com frequência quase todas as pessoas me perguntam: “Você está ganhando dinheiro com isso?” Não as culpo, pois o mundo capitalista nos cobra isso e esse tipo de cobrança tem certo fundamento, afinal não vivemos do sol. Mas, nem sempre ganhamos dividendos, há coisas que realmente não tem preço, são bens imateriais, incorpóreos e valem para nossa evolução como pessoas. De fato, sem falsa modéstia, mais tenho aprendido do que ensinado algo nessas oportunidades.
Nota-se que pelas situações que chegam à mídia como as pessoas acabam sendo lesadas nas esferas patrimonial e sentimental, profissional e pessoal, tais como a exposição demasiada nas redes sociais, falta de cuidados com as senhas, ataque a reputação, discussões nas redes sociais, envio de nudes, vingança pornô, cybebullying, vulnerabilidades dos aplicativos, crimes eletrônicos e etc. Há casos inclusive que acabam redundando em suicídios, depressões e demais sequelas.
Vale frisar que, a Educação Digital tem fundamental importância para gerar conscientização e um comportamento ético, como os devidos paralelismos com os casos que chegam aos tribunais e as leis aplicáveis, como dá sustentação o Direito Digital.
Assim, respondendo aos meus chegados que me perguntam, posso assim argumentar em síntese, se estou ganhando dinheiro com isso:
A) Ajudo as pessoas a terem consciência de sua reputação digital e presencial;
B) Possibilito contando casos reais a importância da prevenção de incidentes digitais;
C) Auxílio na demonstração de que com a tecnologia as barreiras sociais e de oportunidades podem ser minoradas, usando a tecnologia de modo justo e legal;
D) Busco clarear a necessidade de uma ética digital, tratando-se os outros como gostaríamos de ser tratados, para que se enxergue que do outro lado do monitor há outra pessoa que merece respeito;
E) Alerto a não se conectar frente a um computador, celular ou congênere quando se está enfurecido, pois, escrever algo e publicar quando se está nervoso poderá ser nocivo e gerar consequenciais graves e perenes;
F) Destaco que, como não podemos voltar no tempo, friso que devemos cuidar do que somos no aqui e agora para que isso não tenha consequências no futuro;
G) Tento repassar as experiências de Segurança da Informação, Direito Digital e Educação Digital para que se respeite a dignidade da pessoa humana de lado a lado numa relação digital;
H) Busco clarear o pensamento complexo que envolve as relações informáticas, para que o jovem ou adulto posso usar as suas melhores potencialidades e tenha uma formação integral, inclusive em Educação Digital.
Assim, creio que, ganhar dinheiro ou não com o que se ama fazer é algo que uma hora ocorrerá por esses ou outros motivos. Mas os ganhos que eu tive nesses últimos anos com tais experiências de aprendizado valem sobremaneira por uma vida toda e me dão a certeza de que, sim estou ganhando algo, ainda que esse ganho não fosse recompensado nessa vida ainda assim valeria a pena, pois, sei que, eu estou fazendo a diferença para algumas pessoas, especialmente os jovens. Voluntariado é uma grande vivência de empatia, de poder se permitir, mesmo que por alguns momentos, de emergir no cotidiano de outrem.

Adriano Augusto Fidalgo. Advogado. Auditor Jurídico. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade São Francisco. Especialista em Direito Tributário pela Escola Superior de Advocacia da OAB/SP. MBA em Auditoria pela Universidade Nove de Julho. Presidente da Comissão Especial de Direito Digital e Compliance da OAB/Santana. Especialista em Computação Forense pela Universidade Mackenzie. Mestrando em Educação pela Universidade Nove de Julho, na Linha de Pesquisa: Educação, Filosofia e Formação Humana. Membro Efetivo da Comissão Especial de Educação Digital da OAB/SP. Membro Efetivo da Comissão Especial de Direito Digital e Compliance da OAB/SP. Membro das Comissões de Direito do Consumidor, CONSEG e OAB vai à Escola, da Subseção da OAB/Santana. Certificações em Tecnologia da Informação pela ITCERTS, do Canadá, nos cursos de Ethical Hacking Essentials, Information Security Policy Foundation e Infosec Foundation. Certificado pelas Academais do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e World Intelectual Property Organization (WIPO) no Curso Geral de Propriedade Intelectual. Com certificações em Fundamentos da Gestão de TI, Ética Empresarial, Processo de Comunicação e Comunicação Institucional, todos pela FGV. Articulista nos Portais TI Especialistas, Direito & TI, Profissionais TI, Yes Marília, Jurisway, Jusnavigandi e Administradores. Palestrante e Pesquisador.